Biologia

Tudo o que você precisa saber sobre Botulismo: fique por dentro das causas, dos sintomas, da prevenção e todos os detalhes!

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O Botulismo é uma infecção bacteriana, normalmente alimentar, que causa intoxicação. Ela é rara mas muito grave, podendo causar a morte se não for tratada à tempo. Os primeiros casos foram identificados quando um paciente ingeriu salsichas em latas estufadas, mas hoje sabe-se que existem outras formas de infecção. Para entender mesmo o que é Botulismo, você ainda precisa conferir seus tipos, sintomas e prevenção!

Neste artigo sobre o que é Botulismo, você encontrará:

  1. O que é Botulismo? Causas, Transmissão, Contágio
  2. Formas do Botulismo
  3. Alimentos que causam a doença
  4. Sintomas e Complicações
  5. Diagnóstico, Tratamento e Prevenção 
  6. Curiosidade

O que é Botulismo?

O Botulismo é uma infecção que proporciona intoxicação, sendo uma das doenças bacterianas mais raras e graves. Ele também é classificado como doença neuroparalítica grave devido aos seus sintomas e os locais que afeta. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as toxinas características desta enfermidade são uma das substâncias mais letais conhecidas pela medicina. Contudo, o seu agente possui uma aplicação curiosa na área da Estética, que veremos ao final do artigo.

O que provoca Botulismo – Causas

O Botulismo é causado pela ação das toxinas produzidas pelas bactérias da espécie Clostridium botulinum, que possui várias cepas patogênicas como os tipos A,B,E e em algumas ocasiões o tipo F.

Essas bactérias possuem formato de cotonete e são flageladas, o que lhes confere agilidade. Elas também são anaeróbicas, ou seja, vivem em ambientes não oxigenados. Na sua reprodução, produz esporos que são dispersos pelo vento e se espalham facilmente.

Assim, quando esses esporos atingem alimentos que posteriormente serão enlatados, cria-se um ambiente perfeito para a proliferação. Uma vez dentro da lata fechada (sem oxigênio), as bactérias começam a decompor a matéria orgânica e produzem gases como excremento, o que acaba estufando as latas.

Por isso, latas estufadas são um forte indício de que está contaminado com a bactéria e devem ser descartadas.

É transmissível? Como se contamina? 

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Essa infecção não é considerada contagiosa, ou seja, uma pessoa infectada não transmite para uma pessoa saudável caso estejam próximas.

Contamina-se com a bactérias ao ingerir alimentos contaminados – principalmente enlatados – e qualquer outro que não seja preservado adequadamente. Também há a possibilidade de contaminação por ferida, pois uma lesão na pele é uma porta de entrada para que os micróbios que vivem no meio externo alcancem o interior dos corpos.

Quais são os alimentos que provocam botulismo?

Qualquer alimento mal preservado, exposto ao vento e não higienizado, por ser contaminado com os esporos da bactéria. Contudo, o primeiro caso registrado ocorreu com a ingestão de salsichas enlatadas, e a causa mais recorrente são os alimentos enlatados.

Sendo assim, é necessário tomar MUITO cuidado ao consumir os seguintes produtos:

  • Frutas enlatadas (abacaxi, pêssego, etc)
  • Tomates pelados , molhos e extratos
  • Feijões prontos
  • Vegetais enlatados (ervilhas, milho, palmito, picles, etc)
  • Sopas prontas
  • Salsichas, presuntos, carnes e peixes de lata
  • Demais conservas
  • Produtos fabricados artesanalmente em más condições (queijos e fermentados)

Sempre devemos olhar a data de validade de qualquer produto antes de consumí-lo e, ainda que os enlatados estejam dentro do prazo de validade, não consuma se estiverem estufados.

Se estiver no mercado, avise o gerente; se for na sua casa, descarte adequadamente para evitar novas contaminações.

Formas do Botulismo e os seus Sintomas 

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Os sintomas do botulismo variam de acordo com o tipo de infecção da doença e a quantidade de toxina liberada. No entanto, os sintomas gerais e mais comuns são:

  • Dores de cabeça
  • Vertigem e tontura
  • Sonolência
  • Visão turva e dupla
  • Diarréia
  • Náuseas e vômitos
  • Dificuldade para respirar
  • Prisão de ventre

É importante lembrar que nem todos os sintomas acontecem na mesma pessoa e que, às vezes, só aparecem os sintomas menos graves, dificultando o diagnóstico da doença.

  • Os sintomas específicos de cada tipo de Botulismo são:

Botulismo Alimentar

É o tipo mais comum e, como o próprio nome aponta, esse tipo ocorre por meio da ingestão de toxinas já presentes em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Normalmente estão presentes em conservas e produtos artesanais, feitos em más condições, ou em industrializados enlatados.

O período de incubação (entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação.

Os sintomas podem ser gastrointestinais e/ou neurológicos, com início rápido e progressivo. Com a evolução da doença, a fraqueza muscular pode se espalhar, descendo para os músculos do tronco e membros. 

Botulismo por ferimentos

Uma das formas mais raras, é causado pela contaminação de ferimentos pela bactéria. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com média de 7 dias e os sintomas são semelhantes aos gerais mas apresentam febre decorrente de contaminação do ferimento e sem os sintomas gastrointestinais.

As principais portas de entrada para os esporos são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas ou, ainda, aqueles produzidos por agulhas em usuários de drogas injetáveis e lesões nasais ou sinusais, em usuários de drogas inalatórias. 

Botulismo Intestinal

Neste tipo de botulismo, os alimentos não estão contaminados com a toxina, e sim com os esporos. Eles se fixam e multiplicam no intestino, onde ocorre a produção e absorção de toxina. Suspeita-se de botulismo intestinal quando não há indicativo de contaminação alimentar ou por ferimentos.

Cirurgias intestinais, Doença de Crohn são fatores de risco e o uso de antibióticos por tempo prolongado leva à alteração da flora intestinal, também tornando o intestino vulnerável. 

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Não se sabe o período de incubação deste tipo da doença porque é impossível saber o momento da ingestão dos esporos.

Botulismo Infantil e o perigo do mel

O Botulismo infantil é um tipo do Botulismo Intestinal, porém, mais frequente em crianças com idade entre 3 e 26 semanas. Na maioria dos casos é causado pela ingestão de mel de abelha antes do primeiro ano de vida.

Há casos leves que provocam dificuldade de se alimentar e fraqueza muscular. Contudo, devido a dificuldade de diagnosticar, agrava-se para constipação e irritabilidade, dificuldade de controle dos movimentos, sucção fraca, choro e paralisias. Estima-se que esta doença seja responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes.

Botulismo bovino

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Os esporos da C. botulinum são amplamente distribuídos na natureza, podendo contaminar solos e sedimentos de lagos e mares. Também estão presentes na água não tratada e em produtos agrícolas.

Assim, quando as condições são favoráveis, as bactérias se multiplicam tanto que chegam a causar a doença no gado daquela região, o que chamamos botulismo bovino. 

Essa condição pode ser desencadeada pela presença de cadáveres contaminados no pasto e em locais de solo pobre em fósforo e/ou que recebam suplementação mineral inadequada, pois o gado desenvolve osteofagia (hábito de roer ou chupar ossos) e acabam ingerindo as toxinas presentes nas carcaças.

Os sintomas são semelhantes aos dos seres humanos – neurogastrológicos – e podem levar à morte de parte do gado. Alguns outros mamíferos também podem se contaminar, mas em condições mais exigentes que a contaminação humana.

Complicações

Todas as formas de Botulismo podem levar à morte por paralisia da musculatura respiratória, se não tratadas adequadamente. Devido a rapidez com que os sintomas agudos aparecem, todas as formas são consideradas emergências médicas. 

Algumas das complicações com o avanço da doença são:

  • Insuficiência respiratória
  • Paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas
  • Comprometimento de nervos cranianos
  • Dificuldade para falar
  • Dificuldade para engolir
  • Fraqueza de longa duração
  • Fadiga
  • Pneumonia por aspiração e infecção
  • Problemas no sistema nervoso em geral

Diagnóstico

Diante da primeira suspeita de sintoma, o paciente deve buscar o médico o quanto antes para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento rapidamente.

Inicialmente é feito um exame físico pelo médico no consultório (se há os sintomas clássicos e aparentes) e ele poderá pedir outros exames neurológicos, de imagem e laboratoriais (sangue, fezes e  fluidos) para confirmar o diagnóstico. 

Na consulta, o médico observa os seguintes sintomas:

  • Ausência ou diminuição dos reflexos do tendão profundo.
  • Ausência ou diminuição do reflexo faríngeo.
  • Pálpebra caída.
  • Perda da função/sensibilidade muscular.
  • Intestino paralisado.
  • Comprometimento da fala.
  • Retenção urinária com possível incapacidade de urinar

Tratamento – Botulismo tem cura?

O Botulismo tem cura e não deixa sequelas, mas precisa ser muito bem tratado para atingir esse objetivo. 

Se o paciente buscar o médico diante do primeiro sintoma e o diagnóstico for confirmado, o tratamento será feito imediatamente e isso reduzirá significativamente o risco de morte. 

Contudo, é preciso acompanhamento médico integral e fidelidade ao tratamento, pois a recuperação é lenta e depende também do sistema imunológico do paciente.

O êxito do tratamento está diretamente relacionado à precocidade com que é iniciado. O tratamento deve ser realizado em unidade hospitalar que disponha de terapia intensiva (UTI).

Basicamente, o tratamento é feito em duas frentes:

  • Tratamento de suporte: são as medidas gerais de suporte e monitorização cardiorrespiratória 
  • Tratamento específico: busca eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção pelo uso do soro antibotulínico (SAB) e de antibióticos.

Prevenção – O que fazer para evitar o Botulismo?

As principais formas de se evitar o Botulismo devem ser observadas tanto pelas pessoas em particular quanto pelas organizações e instituições. Elas são: 

  • Não ingerir alimentos enlatados e em conservas que apresentarem estufamento ou vidros embaçados
  • Não oferecer mel ou alimentos de riscos às crianças muito pequenas, principalmente menores de 2 anos.
  • Não ingerir alimentos com a embalagem danificada ou que estiverem mal armazenados
  • Buscar consumir apenas alimentos artesanais de origem conhecida e adequada, sem alteração no cheiro ou aspecto
  • Sempre higienizar os alimento em casa antes de consumir, independente da origem e do aspecto
  • Cozer bem os alimentos imediatamente antes de consumir, pois altas temperaturas podem desnaturar a toxina ou os esporos
  • Não conservar alimentos a uma temperatura acima de 15ºC
  • Fiscalização dos processos produtivos e dos ambientes relacionados aos mercados

Curiosidade!

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Apesar da Clostridium botulinum ser a vilã da história, um agente patogênico, um dos seus tipos menos perigosos possui um papel de importância na Indústria Estética.

Durante a esporulação, ela produz uma toxina específica em quantidades milimétricas com efeitos que paralisam e endurecem a pele. Por isso, essa substância é dosada em laboratório e utilizada na fabricação do famoso Botox.

Incrível pensar que uma bactéria pode ser tão temida e tão amada ao mesmo tempo, não?

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Redação Beduka
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