As Meninas, de Lygia Fagundes Telles, é uma obra ícone de sua época por tratar de assuntos polêmicos em um contexto de repressão. O romance gira em torno da história de três universitárias, de diferentes realidades sociais, que vivem em uma mesma pensão. Elas compartilham vivências, problemas e reflexões em um contexto efervescente. Fique conosco para saber tudo sobre o resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles!
Neste artigo com o resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles, você encontrará:
- Informações gerais: ficha técnica
- Resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles: por capítulo
- Principais personagens e análise da obra
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Informações gerais
É importante, principalmente se você não tiver muito tempo para ler a obra completa, conhecer e se recordar dos aspectos técnicos, que podem te guiar na leitura do resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles
Ficha técnica:
Título: As meninas
Autor: Lygia Fagundes Telles
Ano de publicação: 1973
Nacionalidade: Brasileiro
Capítulos: 12
Foco narrativo: Varia entre a primeira pessoa (as protagonistas) e a terceira pessoa (um narrador).
PDF: As meninas de Lygia Fagundes Telles
Movimento literário: Modernismo
Filme: As Meninas (1995), com Adriana Esteves, Drica Moraes e Claudia Liz no papel das meninas.
Resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles + personagens
Conhecendo brevemente os personagens, o contexto e o autor, poderemos ler o resumo de As Meninas de Lygia Fagundes Telles com melhor entendimento! Fique atento, memorize os nomes e volte sempre para consultar, pois a trama é complexa!
Atente-se para o fato de que os capítulos não possuem nome, são chamados por números. Veja:
Principais personagens

- Lia: Uma entre as três protagonistas, vivia em um pensionato religioso enquanto cursava Letras e pretendia ser escritora. Era militante política e seu codinome era Rosa. Possuía um namorado e um amante, ambos militantes.
- Lorena: A segunda protagonista, vivia no mesmo pensionato porém era de família rica, ou seja, seu quarto era o mais equipado. Estudava Direito, gostava de Música clássica e lia Che Guevara. Sempre atuava como apoio financeiro das outras duas amigas. Era apaixonada por Marcus, pai de 5 filhos e casado, e vive em ilusões de concretizar seu romance.
- Ana Clara: Dentre o trio protagonista, esta é a mais bonita e também mais frágil. Vive no pensionato, cursa Psicologia, é como modelo, noiva de um homem rico e distante. Possui um amante de quem gosta, chamado Max que usa drogas.
Capítulo: Um
Lorena está em seu quarto divagando sobre vários assuntos: primeiro sobre o seu gato chamado Astronauta, que fugiu. Depois sobre Ana Clara, a quem vai bancar uma cirurgia restauradora da virgindade, pois a amiga estava noiva e possuía um amante traficante de quem gostava. E ainda sobre Marcus Nemesius, seu amor platônico.
Quando Lia aparece, pede o carro emprestado e dinheiro para o grupo militante, toma um chá especial e conversam sobre: greve na faculdade, prisão do namorado de Lia (militante), alienação da burguesia e repressão militar (prisão e tortura).
Lorena ainda se lembra da morte de Rômulo, seu irmão, vítima de um tiro acidental dado pelo outro irmão, Remo. Por este motivo, Remo fugiu para o exterior e vivia mandando presentes para Lorena, que nunca superou o caso.
Capítulo: Dois
Ana Clara e Max se drogam e começam a delirar. As memórias de Ana Clara são: um dentista que abusava sexualmente das duas, pensa no quanto ama Max e que em janeiro se casará com um homem normal e rico (em quem deposita a solução para seus problemas).
Sente ódio de Deus, de negros e do analista (que não consegue libertá-la da sensação de trava), reconhece a carência pelo fato de a mãe, prostituta, nunca lhe ter dado atenção e possuir uma infância pobre, nos prédios em construção, onde vivia com a mãe e os amantes dela.
Já Max, também delirou e logo depois foi rezar. Lembra-se de sua educação fina mas empobreceu e tornou-se traficante, pelas drogas. Tem uma irmã que sumiu com as joias da família e está internada em sanatório. Ana e Max se amam, mas o relacionamento é complicado.
Capítulo: Três
Lorena reflete sobre a violência do mundo e a da sua família. Ela gostaria de poder alienar-se da ‘máquina desse mundo’, onde intertextualiza com ‘A Máquina do mundo’, de Carlos Drummond de Andrade.
Rememora a chegada de Lia e Ana Clara, que causaram invasão à sua privacidade. Mostra certa inveja da beleza de Ana Clara mas reflete sobre ela ser deprimida, mentirosíssima, sempre envolvida com sexo e drogas. Recorda o aborto que Ana Clara fez, resgatando a fábula da formiga e da cigarra, com quem compara a amiga.
Sempre pensa na morte de Rômulo e sobre as omissões nas relações humanas. Pensa ainda em Fabrízio, um colega que veio estudar mas começaram a se beijar. Logo Lia chegou, estragando o clima e cheia de suas pesquisas sobre a vida das prostitutas. No dia seguinte, conheceu o Dr. M.N. que lhe deu carona na faculdade. Passa a viver sonhando em se casar com ele, pois sente-se frágil, desejando um homem para sua proteção.
Capítulo: Quatro
Max delira, pensando sobre música clássica. Conversa com Ana Clara sobre riquezas e viagens. Ana compara suas realidades, seu passado de miséria, e reclama de estar lúcida, lembrando do suicídio. Ela está grávida e quer abortar, embora ele deseje o filho.
Capítulo: Cinco
Lorena recebe a visita de uma freira e desconfia que ela é a responsável por escrever cartas anônimas, falando sobre as coisas que as meninas e as freiras apontavam, para a superiora.
Enquanto isso, Lorena pensa em arte, literatura, música, na mãe e no carro. Gostaria de poder sair de moto com Fabrízio mas acha que ele deve estar com outra mulher. Novamente, divaga sobre: a morte de Rômulo, as manchetes nos jornais, Lia, Simone de Beauvoir, Che Guevara, morrer e renascer, cita Gonçalves Dias e logo despede-se da freira, acreditando que sua velhice é sem sentido.
Capítulo: Seis

Na deplorável sala onde montaram a militância, Lia e Pedro – com quem traía Miguel – preparam o jornal enquanto conversam sobre experiências homossexuais, jango, nazismo, Martin Luther King, igreja progressista, etc. Sai para uma operação noturna e fica sabendo que Miguel (o namorado que está preso) será deportado para a Argélia.
De volta ao pensionato, conversa com a superiora, desabafando o que podia sobre seu namorado e suas amigas. Madre Alix quer ajudá-las, mas sente-se impotente e teme pelos seus futuros.
Capítulo: Sete
Irmã Clotilde leva frutas para Lorena, enquanto conversam sobre santos, Tolstói, homossexualismo, beleza, ideais, filosofias de vida. A freira acaba criticando a saúde e a alimentação das três amigas e se demora no quarto de Lorena, analisando tudo.
Lorena quer ficar só e esperar pelo telefonema, até que Lia chega e a freira se vai. Lia devolve a chave do carro, pede roupas para os revolucionários, conta sobre a viagem à Argélia, brinca de entrevistar Lorena e mostram-se preocupadas com a gravidez de Ana e sua dependência. Lorena fica pensando na iniciação sexual das amigas e imagina como será sua primeira vez com o M.N, que é ginecologista.
Capítulo: Oito
Ana Clara e Max acordam e conversam, Ana considera ele e Lorena como aristocratas. Max vai até a geladeira, come e dorme. Enquanto isso, Ana pensa na desculpa que vai inventar para o noivo aceitar seus contínuos sumiços, se arruma e sai.
Já tarde da noite, Ana não consegue táxi, aceita carona de desconhecido, foge dele e se refugia em um bar. Lá, encontra um velho estranho que a convida para seu apartamento e ela aceita, achando que era como ‘um pai’ que nunca teve. Repara que o apartamento era de um boêmio mas mesmo assim deita-se na cama.
Capítulo: Nove

Na banheira, Lorena filosofa sobre ‘ser’ e ‘estar’ no mundo, desintegração do ser humano na cidade grande, e o papel das profissões que lidam diretamente com o ser humano. Sente todos os sintomas de todas as doenças mentais.
Guga, um colega, chega e conta que abandonou a família, a escola e vive em um porão. Lorena corta-lhe as unhas, alerta-o sobre promiscuidade, pois ficou escandalizada com a sujeira do amigo. Guga se excita e tenta relacionar-se com ela, que quase cede mas logo reage; fazendo com que ele se vá.
Lia chega, as conversas sobre os mesmo temas continuam e Lia quer provar que M.N. está mais para pai que para namorado, mas Lorena não admite. Falam ainda sobre a promessa de ajuda em dinheiro para a viagem de Lia à Argélia.
Capítulo: Dez
Lia pega carona com o motorista da mãe de Lorena para ir visitá-la. No caminho, consegue convencer o motorista com seu discurso revolucionário. Chegando lá, examina o luxo, fuma e imagina sua viagem para Argélia, escrevendo um diário para exaltar a pátria e refletir sobre a desunião da esquerda.
Encontra a mãe de Lorena chorando a morte do psiquiatra Dr. Francis. Lia tenta consolá-la e ouve suas lamúrias e a dificuldade em aceitar a velhice e a morte. Depois, a mãe pergunta sobre os namoros e admite querer trazer a filha de volta para casa e contou uma versão totalmente diferente sobre a morte de Rômulo.
Lia acha tudo isso tedioso, contudo, ganhou as roupas e mala para a viagem que queria.
Capítulo: Onze
Tarde da noite, Ana Clara chega transtornada ao quarto de Lorena, que estava estudando para a prova. Ana gritava de dor no peito e estava imunda, seu corpo estava cheio de bolas roxas e ela sofre alucinações com formigas, baratas, Deus e Max.
Lia chega para preparar as malas e Lorena vai até seu quarto, deixando Ana descansar. As duas conversam muito e Lia conta-lhe que Guga virá procurá-la. Ao voltar para o quarto, Lorena vê que Ana Clara está morta.
Capítulo: Doze
Lia corre aos ver o aceno de Lorena e vê-la massageando o peito de Clara, tentando revivê-la. Lia pensa em chamar o pronto-socorro, em acordar todo mundo e que poderia ter feito mais pela amiga, além dos seus discursos.
Lorena encomenda o corpo, reza em latim, veste e pinta Ana Clara como se fosse a uma festa. Depois, elimina todas as pistas que comprometesse Ana Clara, Max ou as freiras. As duas amigas carregam o corpo e o abandonam em uma praça do bairro.
Voltando para o pensionato, separam-se definitivamente. Lia segue para o exílio junto ao namorado e Lorena de volta para a casa da mãe.
Análise de As Meninas de Lygia Fagundes Telles
O fato de o tempo ser predominantemente psicológico, isto é, o passado e suas memórias são frequentemente evocados, são essenciais para fazer compreender a agitação social que existia na época e como as pessoas se sentiam, no seu interior. O universo das personagens era um dos períodos mais conturbados do Brasil, o da ditadura militar.
Existe uma dificuldade inicial para a leitura até a identificação do estilo de cada personagem, pois cada uma delas se exprime dentro de seu próprio linguajar coloquial. Há o discurso mais elaborado e culto de Lorena, o regionalismo politicamente engajado de Lia e o pensamento confuso e truncado de Ana Clara.
Uma vez que se supera essa dificuldade inicial, essa escrita é essencial para imersão no universo de cada personagem.
A maior parte do enredo se passa no quarto de Lorena que, por ser o mais acolhedor e com maiores recursos disponíveis, é o ponto de encontro das amigas. É por meio das percepções de Lorena que se entende melhor sobre as outras amigas.
Outro fato marcante é a forma pela qual a autora fala sobre a época. Em cada personagem há a representação de um segmento da época.
Lorena é a aristocracia que já vinha com seu decaimento moral, mas disfarçadamente, e mantendo ainda alguns valores e a pose. Lia é o típico personagem revolucionário de esquerda preocupados somente com sua ideologia, enquanto Ana representa os setores deixados de lado, de vida sofrida, buscando refúgio em meios ilegais e se acomodando nessa vida ao mesmo tempo que sente o dilema de não saber lidar com isso.
Além disso, a obra foi tida como um símbolo de coragem, por descrever uma sessão de tortura numa época em que o assunto era rigorosamente proibido, falar sobre sexo, drogas e tudo na perspectiva feminina, em meio a um cenário religioso.
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