História

Não sabe o que é Anarquismo? Vem conferir esse resumo!

Entenda de uma vez por todas o que é o AnarquismoEntenda de uma vez por todas o que é Anarquismo!
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O Anarquismo é uma das ideologias políticas do século XIX. Embora sua principal característica seja buscar o fim do Estado. A anarquia também deseja o fim de qualquer hierarquia. Assim, tem o objetivo de acabar com todas as formas de poder, incluindo os aspectos econômicos, culturais, religiosos e sociais.

Neste artigo sobre o que é Anarquismo, você encontrará:

  1. O que é Anarquismo?
  2. Qual a origem do Anarquismo?
  3. O que prega a Anarquia?
  4. Quais são os tipos de Anarquismo?
  5. Diferença de Anarquismo e Socialismo

O que é anarquismo?

O anarquismo é uma ideologia, uma teoria política (corrente de pensamento). A própria palavra já indica qual é sua principal ideia: anarquia veio do grego, “anarkhia”, que significa ausência de governo

Quase todas as pessoas que andam pelos centros das capitais já viram o símbolo desse grupo: um “A” com um círculo em volta, todo “rabiscado”. 

Resumidamente, eles são contra qualquer forma de hierarquia, poder ou domínio. Inclusive, buscam o fim do Estado. Mas antes de aprofundar nas suas ideias e características, vamos entender o contexto histórico em que surgiu:

Qual a origem do Anarquismo?

O Anarquismo surgiu com o político francês Pierre-Joseph Proudhon e foi muito divulgado pelo russo Mikhail Bakunin, principalmente na Revolução Russa. Sua divulgação  aconteceu entre 1868 e 1872 (século XIX), em meio aos grupos que protestavam contra o capitalismo, juntamente com a Aliança da Democracia Socialista.

Apesar de terem a mesma origem, ele apresenta algumas diferenças em relação ao socialismo. Veremos adiante!

O movimento anarquista também foi fortemente influenciado pelas ideias do Iluminismo e da Revolução Francesa. A difusão das ideias racionalistas, a supervalorização da liberdade e a ideia de associar justiça sempre à igualdade são alguns pensamentos herdados.

Mas o contexto histórico era a expansão e fortalecimento do capitalismo industrial por todo o mundo, logo após a Segunda Revolução Industrial. 

Com as novidades tecnológicas, as relações de trabalhos modificadas e o início do trabalho fabril, os empregados viviam em péssimas condições de trabalho. Só alguns anos mais tarde é que as leis trabalhistas foram criadas. Porém, enquanto isso não acontecia, surgiam ideias que culpavam todo o sistema por aquela situação.

Neste momento, a religião já não era destaque na sociedade, o socialismo e o comunismo já haviam se levantado contra os erros da revolução industrial e culpavam o capitalismo como um todo. 

Então, era um cenário perfeito para o surgimento de mais uma teoria que tenta solucionar os problemas do mundo moderno e que inova com a radicalização do pensamento socialista: nem mesmo o Estado deve existir.

Mas porque? Descubra:

O que prega a Anarquia? Principais ideias e características

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Bakunin conheceu os ideais de Proudhon e o socialismo de Marx. Ele só discordou da necessidade da presença do Estado nas revoluções populares. Depois, pegou as ideias de Proudhon e radicalizou, defendendo a necessidade de uma revolução sangrenta e agressiva que partisse do povo, o anarquismo terrorista.

Apesar de algumas diferenças e variações, as principais teorias defendidas pelo anarquismo são: 

  • Contrário a qualquer tipo de hierarquia e divisão do poder
  • Ausência da figura de líderes
  • São humanistas, acreditando que os grupos sociais têm capacidade de serem autônomos e organizados espontaneamente
  • Liberdade individual e coletiva, sem que ninguém interfira nunca na vida do outro
  • Igualdade: não pode haver nenhuma forma de distinção que regule o que cada pessoa pode ou não fazer, todos podem tudo o que não interfere vida do outro
  • Solidariedade: apoio mútuo e espontâneo entre as pessoas da sociedade
  • Desenvolvimento do pensamento crítico-revolucionário nas questões econômicas, políticas e sociais 
  • Fim do Estado e seus poderes
  • Exige o senso ético e solidário entre a comunidade
  • Apoio e incentivo de movimento sociais
  • Apelos às classes considerada oprimidas
  • Não buscam uma revolução política, mas uma revolução social. Ela deve partir da maioria da população e das classes que sofrem. 
  • Horizontalidade: um lugar que não exista Estado, hierarquia e em que a população faça a autogestão da vida coletiva.

Agora vamos entender de onde parte os porquês de tudo isso:

  • Crítica ao Estado:

Eles acreditam na autogovernança, que os seres humanos são capazes de se esforçar para não precisar de um sistema de governo e que conseguiriam viver em paz por si só

A mera existência de um governo já fere esse princípio. 

Para os Anarquistas, existem duas formas de dominação que todo Estado tem: a do poder de decisão (o governo com suas leis) e da coerção física (polícia, exército, segurança, etc.). Isso independente do tipo de governo que esse Estado segue (liberal, socialista, monarquia, república, democracia, etc.).

Quais são os tipos de Anarquismo?

O pensamento anarquista passou por algumas modificações ao longo dos seus teóricos. Porém, as características observadas acima são comuns em todos eles. Agora vamos conhecer as sutis diferenças das vertentes, que só mudam o foco principal.

As principais correntes anarquistas são o anarquismo individualista e o anarquismo coletivista.

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  • Anarquismo Individualista:

Critica o anarquismo coletivista porque percebe que a coletividade pode acabar resultando em autoritarismo. A partir do momento em que um grupo de indivíduos se une, esse grupo pode acabar exercendo alguma autoridade sobre os demais. Isso é o que acontece no Comunismo, por exemplo.

  • Anarquismo Coletivista:

Por outro lado, o anarquismo coletivista critica o anarquismo individualista pois julga que o individualismo é combustível da lógica capitalista. Nesse caso, o poder fica centralizado em  um indivíduo que acaba se destacando em relação aos demais.

  • Anarcofeminismo

Como é da identidade do anarquismo criticar qualquer forma de diferença, houve a união de princípios anarquistas e feministas. Eles negam qualquer ação que diferenciem homens e mulheres, independente de virem de questões biológicas ou culturais, pois acreditam que deve haver igualdade plena e só assim haverá justiça.

Ainda assim, algumas representantes do movimento divergiam entre si. Algumas defendiam o poder da mulher no sistema capitalista.

Anarcocapitalismo ou Libertarianismo – Ancap

Para os anarcocapitalistas, todos os serviços devem ser oferecidos pela iniciativa privada e ter os seus preços autorregulados pelo mercado. Haveria a extinção do Estado e da cobrança de impostos. 

Assim, aqueles que não podem pagar por algum serviço, mesmo que seja básico ou um direito, não devem ter acesso a eles.

O único ponto comum do anarquismo com os anarcocapitalistas é a extinção do Estado. Eles acreditam que o capitalismo foi um fenômeno naturalmente desenvolvido pela humanidade e que, por isso, não precisa de nenhuma instituição para regulá-lo.

Essa é uma mistura de algumas características do anarquismo com liberalismo, mesmo que essas ideologias tenham nascido como opostas! Essa fusão criou algo realmente único!

Historicamente, o anarquismo está muito mais próximo do pensamento de esquerda, mas o anarcocapitalismo é uma versão que se aproxima da direita.

Diferença de Anarquismo e Socialismo

Depois de todos esses termos você deve ter notado que, assim como o socialismo, o anarquismo surgiu contrário ao capitalismo e compartilha muitas características marxistas. 

Até mesmo os valores e lemas baseados na frase da Revolução Francesa são iguais: liberdade, igualdade, fraternidade.

Porém, a diferença está justamente no Estado. 

No comunismo, o Estado burguês deve ser abolido porque serve à lógica capitalista. Aí, seria necessário um Estado socialista que reduziria as diferenças de classes sociais por meio de ações políticas, do governo. Depois que toda a população pensasse assim, naturalmente o Estado iria se acabar até formar uma sociedade comunista.

Para os anarquistas, a estrutura Estado é a própria lógica capitalista, logo, o capitalismo só acabaria com o fim do Estado. Assim não há período de transição, não há meios políticos, não há ocupação de governos e instituições. Há apenas a destruição de tudo isso para atingir seu objetivo.

E como sempre precisamos fazer uma exceção para os anarcocapitalistas ou libertários. Eles acreditam que o Estado é a própria antítese do capitalismo, dessa forma, sua simples existência (seja de um Estado grande ou pequeno) presumiria uma sociedade socialista. Para eles, o Estado deve ser destituído para que a verdadeira sociedade capitalista apareça.

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Redação Beduka
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