A Escola de Frankfurt é uma escola de pensamento. Ela se baseia em uma teoria social e filosófica própria, desenvolvida no Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. Várias teorias foram usadas como inspiração, mas o marxismo foi a principal.
Neste artigo sobre Escola de Frankfurt, você encontrará:
- O que é Escola de Frankfurt
- Contexto histórico e foco de estudo
- O que defendia + principais características (resumo em tópicos)
- Teoria Crítica e Indústria Cultural
- Principais pensadores
- Estudando para as provas? Conheça O melhor Simulado do Brasil! Ele pode ser personalizado com as matérias que você mais precisa!
O que é Escola de Frankfurt?
A Escola de Frankfurt é uma escola de pensamento (conjunto de ideias). Ela se baseia em uma teoria social e filosófica própria, que foi desenvolvida no Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt (Alemanha).
Os seus principais representantes fizeram uma releitura do marxismo, mas também beberam de outras fontes e fizeram novas observações.
A sociedade e a cultura moderna estão intimamente ligadas aos conceitos desenvolvidos pelos frankfurtianos. As suas ideias orientam a realização de estudos e de reflexões até os dias de hoje, sendo muito comuns no meio universitário.
Vamos conhecê-la e entender como isso se relaciona conosco!
Qual o foco de estudo da Escola de Frankfurt?
Como a Escola de Frankfurt foi uma escola de análise e pensamento filosófico, seu objetivo era estabelecer um novo parâmetro de atuação social, com base em uma releitura do marxismo.
É por esse motivo que ela é estudada tanto da disciplina de filosofia quanto de sociologia.
Também por isso, os 2 principais conceitos desenvolvidos por ela (teoria crítica e indústria cultural) bebem de ideias filosóficas para aplicação social.
Adiante você verá um tópico explicando essas ideias!
- Você é uma daquelas pessoas que tem fome de conhecimento? Então siga o Beduka no Instagram para conteúdos diários.
Contexto Histórico em que surgiu

O contexto histórico em que surgiu a Escola de Frankfurt foi o início do século XX, o final da Primeira Guerra Mundial. Nesse período, havia acontecido a Revolução Russa e as discussões sobre a implementação de regimes socialistas ganharam força.
O cenário de mudanças tecnológicas, novos meios de comunicação e a reconfiguração social contribuíram para que os filósofos elaborassem suas ideias.
A Escola de Frankfurt começou a ser pensada em 1923, quando Félix Weil realizou um congresso acadêmico que reuniu os principais pensadores marxistas da época.
No ano seguinte, em 22 de junho de 1924, o Instituto para Pesquisa Social foi fundado, sendo uma oficialização das pesquisas que começaram a surgir no congresso.
Isso aconteceu em um anexo da Universidade de Frankfurt (Alemanha), que estava sob a direção de Carl Grünberg. Em 1930 Max Horkheimer assumiu o cargo.
Veremos esses nomes novamente mais a frente, quando falarmos dos principais pensadores.
A maior parte dos participantes eram judeus. Quando surgiu o Nazismo na Segunda Guerra Mundial, eles se transferiram para Genebra (Suíça), Paris (França) e Nova Iorque (EUA).
Ao fim da Guerra, retornaram para Alemanha com suas ideias já difundidas nos principais países!
O que defendia a Escola de Frankfurt?
A escola começou com os cientistas sociais marxistas dissidentes (saíram do movimento original, mas mantiveram as bases).
Eles consideravam os seguidores tradicionais de Marx como “papagaios”: apenas defendiam o partido comunista e a implantação de seu governo.
Também notaram que a revolução não atingiria o sucesso pleno e mundial se continuasse usando os meios violentos (guerrilhas e governos ditatoriais/autocráticos).
Os frankfurtianos admitiram que a teoria marxista tradicional não poderia explicar tudo, como o inesperado desenvolvimento de novas sociedades capitalistas.
Isso porque, antes, acreditava- se que o capitalismo levaria ao seu próprio fim, naturalmente os operários se uniriam e fariam a revolução. Mas isso não aconteceu nem mesmo depois das guerras, o capitalismo assumiu outras formas e se fortaleceu.
Para superar as falhas do marxismo tradicional, eles começaram a completar os estudos com outras filosofias: psicanálise freudiana, filosofia existencialista, comunicação e linguística, etc.
Devido ao contexto que vivenciaram (muita tecnologia e muita guerra), os frankfurtianos também colocaram em xeque a ideia positivista de que o avanço moral da sociedade caminharia lado a lado com o avanço científico da escolarização.
Então, a escola se tornou um centro de questionamento do pensamento positivista, aquele se baseia unicamente nas ideias iluministas e vê o pensamento matemático de Kant e Descartes como solução para tudo.
Atenção:
Opor-se ao positivismo é uma das características, mas não é a única e nem é exclusiva. Existem outros pensamentos, como o conservadorismo, que se opõe ao positivismo e ao marxismo. O que as diferencia são o conjunto das outras ideias e as soluções propostas.
Vamos conhecer os principais conceitos exclusivos da Escola de Frankfurt:
O que é a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt?

Os estudos dos filósofos de Frankfurt ficaram conhecidos como Teoria Crítica. Ela foi criada para ser um contraponto à Teoria Tradicional.
A Teoria Tradicional surgiu para ser usada de forma neutra. Primeiro se estuda os conceitos, depois há a tentativa de entender a realidade de forma fria e objetiva. Por fim, faz-se uma análise que será o guia para que ações a serem pensadas e tomadas.
Já a Teoria Crítica crítica analisa as condições sociopolíticas e econômicas. Consideram que a crítica é o primeiro passo a ser tomado, porque visa a transformação da realidade (revolução).
E é na Dialética Hegeliana que essa sede por crítica ganha força.
A dialética de Hegel é um método tomado como base pelos frankfurtianos. Segundo eles, era impossível alcançar uma verdade boa o suficiente para ser estável e duradoura, nem mesmo após longos anos de estudos.
Para ele, era preciso estar constantemente chocando, combatendo e desconstruindo ideias. Só assim poderiam surgir coisas novas (consideradas sempre boas, se vindas desse processo).
Por isso a Escola de Frankfurt se empenha em combater o que existia antes dela (religião, moral, filosofias clássicas) e também promove mudanças no próprio pensamento marxista.
Indústria cultural

O conceito de Indústria Cultural é o outro ponto chave para entender o que esse pensamento defende.
Segundo a Escola de Frankfurt, existe uma lógica proposital que permeia toda a sociedade. É como uma linha de produção de fábrica, só que no fazer artístico e cultural (filmes, músicas, pinturas).
Essa lógica é padronizada para perpetuar valores capitalistas, burgueses e tradicionais.
Foram os anos de relações trabalhistas e os novos meios de comunicação que consolidaram isso nas pessoas, controlando-as sem que elas percebam.
Para Theodor Adorno e Max Horkheimer, uma das maneiras de dominação capitalista se daria pela cultura.
Eles consideram que há 3 tipos de cultura na sociedade:
- Cultura erudita: produzida por uma elite intelectual, refinada, com alto valor estético e mais elaborada. Na visão dos autores, ela deveria ser preservada e usada como meio para atingir as camadas intelectuais com suas ideias.
- Cultura popular: é autêntica, vinculada às culturas tradicionais, mais intuitiva e com menor refinamento técnico. Na visão dos autores, ela deveria ser preservada e usada como meio para atingir as camadas populares com suas ideias.
- Cultura de massa: diferente das outras, esta é inautêntica. É fruto de uma fusão de elementos, mas é um recurso capitalista para vender seu pensamento e manter o domínio. Ela se limita a levar o entretenimento para distrair as pessoas das reais crises. Segundo os autores, deve ser destruída e é a mais presente em todas as camadas (classes) da sociedade.
Aqui fica claro o paralelo com a Teoria Crítica: a dialética de Hegel intui que a cultura de massa deve ser combatida para que algo novo e melhor surja.
Também é explicado o porquê de o marxismo tradicional ter falhado: ele considerava que a guerra era física, estrutural e governamental.
Mas, para os frankfurtianos, foi a cultura de massa que impediu as pessoas de perceberem e lutarem naturalmente contra o capitalismo.
Sendo assim, este pensamento marxista reformulado vê a militância, a revolução cultural, educacional e artística (seja usando a arte erudita ou popular) como o caminho de libertação e sucesso.
Quais as principais características da escola de Frankfurt? (Resumo)
- Forte influência marxista, mas com reformulações do pensamento e novidades da psicanálise, linguística e existencialismo.
- Denunciaram algumas estruturas de dominação política, econômica, cultural e psicológica da sociedade.
- Capitalismo como principal responsável pela estagnação da consciência política, crítica e revolucionária.
- Foram inspirados por pensadores como Marx, Gramsci, Sartre, Hegel, Freud, Lukács, Kant, Weber.
- Seus principais conceitos eram o antipositivismo, anticonservadorismo, a Teoria Crítica e a Cultura de Massa.
- Libertação do ser humano pelo prazer, militância, revolução cultural, educacional e artística.
- Ciência e a técnica para uso ideológico.
- A ênfase no componente “crítico” e “dialético”
- Relativismo
- No contexto da Guerra Fria essas ideias se espalharam ainda mais pelo mundo, colocando em prática suas soluções culturais/ideológicas.
- As ideias da Escola de Frankfurt realmente penetraram a nossa cultura e educação, causando mudanças.
Principais pensadores da Escola de Frankfurt

Já citamos alguns pensadores ao longo do artigo, mas agora vamos citá-los separadamente. Preste atenção porque os nomes em negrito costumam aparecer nos vestibulares com maior frequência!
- Max Horkheimer (1895-1973): filósofo e sociólogo. Junto com Adorno, desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, presente no livro “A Dialética do Esclarecimento”.
- Theodor W. Adorno (1903-1969): foi filósofo, sociólogo e músico. Autor dos livros “Dialética Negativa“, “A Ideia de História Natural” e defensor da educação como forma de emancipação do sujeito.
- Friedrich Pollock (1894-1970): foi cofundador do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt. Seus trabalhos mais proeminentes estudam as relações entre capitalismo e Estado.
- Herbert Marcuse (1898-1979) – seus estudos se dedicam a apontar as relações entre capitalismo e sexualidade, bem como as questões envolvendo raça e exclusão social.
- Erich Fromm (1900-1980): suas reflexões utilizam bases do pensamento marxista aliadas a elementos da psicanálise. Em seus trabalhos, ele analisa as relações sociais, a família e outros elementos que interferem na formação da pessoa.
- Jürgen Habermas: ainda vivo, faz parte da segunda geração da Escola de Frankfurt. Seus trabalhos analisam as relações entre política, comunicação, linguagem e discursos.
Gostou do nosso artigo sobre a Escola de Frankfurt? Confira outros artigos do nosso blog e se prepare para o Enem da melhor maneira! Você também pode se organizar com o nosso plano de estudos, o mais completo da internet, e o melhor: totalmente gratuito!
Queremos te ajudar a encontrar a FACULDADE IDEAL! Logo abaixo, faça uma pesquisa por curso e cidade que te mostraremos todas as faculdades que podem te atender. Informamos a nota de corte, valor de mensalidade, nota do MEC, avaliação dos alunos, modalidades de ensino e muito mais.
Experimente agora!