A teoria do conhecimento é uma área da Filosofia que estuda como o processo de conhecimento acontece. Embora os gregos já tivessem teorias sobre isso, só com John Locke essa área se tornou uma disciplina separada, na Modernidade. Para entender o que é teoria do conhecimento, precisamos entender a classificação de correntes filosóficas.
Neste artigo sobre o que é teoria do conhecimento, você encontrará os tópicos abaixo. Para ir diretamente a um deles, é só clicar:
- O que é teoria do conhecimento e qual sua origem
- Teorias do conhecimento da Filosofia Grega
- Epistemologia e Gnosiologia
- Correntes filosóficas
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O que é teoria do conhecimento?
A Teoria do Conhecimento, também conhecida como Gnosiologia, é uma área da Filosofia que estuda como o ato de conhecer acontece. Essa área busca responder questões como “o que é o conhecimento?” e “Como conhecemos?”.
Assim como alguns filósofos tinham o objetivo de estudar a política, a sociedade, a vida, e outras coisas, a Teoria do Conhecimento busca estudar o modo pelo qual o homem conhece as coisas.
Também busca entender qual a validade do conhecimento, quais são as possibilidades e formas de obtê-lo, além de suas origens e limitações.
Qual sua origem?
Enquanto uma disciplina formal da filosofia, a teoria do conhecimento surgiu com o filósofo John Locke no século XVIII, em plena Idade Moderna.
Ele vinha de um contexto Iluminista que buscava sistematizar as coisas, então criou algumas definições. Dentre elas, dizia que o conhecimento se formava com a presença de três elementos básicos:
- Sujeito: aquele que irá fazer as coisas acontecerem e que receberá o resultado (ser cognoscente)
- Objeto: aquilo que será investigado e deve ser conhecido (ser cognoscível)
- Consciência: é o sujeito ter noção do que está fazendo, esse elemento é que irá ligar o sujeito ao objeto para ter uma percepção real
Nesse sentido, o conhecimento só será possível quando o sujeito for capaz de representar mentalmente o objeto, pois é na mente que as teorias se desenvolvem e que há o raciocínio.
Dizemos que houve uma apreensão do objeto, ou seja, ele foi entendido pelo sujeito.
- E os gregos?
É claro que eles também já filosofavam sobre o ato de conhecer e veremos algumas de suas teorias adiante, que são diferentes da de Locke.
Mas é importante ficar claro que apenas na Idade Moderna esse campo filosófico se consolidou como uma matéria própria.
Fontes de Conhecimento
Levando em conta todo o levantamento que foi feito sobre o conhecimento em diversas épocas, temos uma visão geral de que há diversas fontes do saber. Ou seja, podemos explicar um fenômeno usando:
- Mitologia
- Senso comum
- Religião
- Filosofia
- Ciência
Cada uma delas surge em um dado momento histórico de acordo com a necessidade e instrumentos disponíveis na época. Algumas foram aperfeiçoadas, outras foram redescobertas, e há aquelas que tiveram seu uso resignificado. Mas é essencial saber que todas possuem importância na sua aplicação e nas suas devidas proporções.
O Mito surge há milhares de anos, quando os seres humanos começavam a racionar sobre os fenômenos da natureza e os associavam com as pessoas, utilizando da alegoria e da metáfora. Eles foram as primeiras tentativas de explicar o mundo.
A Filosofia surge como aprimoramento, é uma forma de compreender a realidade e a origem das coisas de forma mais lógica. Assim, utiliza as habilidades da mente e a observação do mundo. Ela veio como uma oposição ao mito tido como fonte de verdade, mas compreende a importância que ele teve em seu contexto.
O senso comum abrange aqueles conhecimentos do dia a dia que caem em uso generalizado. Não há uma investigação sobre se esse saber é correto ou não, ele apenas é repetido, algo cultural. Pode ser que um saber mitológico caia em senso comum, bem como um saber científico.
A Religião é um conjunto de crenças que aborda as questões que estão além do mundo que enxergamos e tocamos. Elas são bem diversas, então há aquelas se aproximam do mito e há outras que têm bases filosóficas ou alguma relação com a ciência.
Por fim, a ciência é aquela que busca provar as coisas na prática, usa a razão pura e aplicada, busca estudar aquelas coisas que são concretas. Ela sempre muda e se aperfeiçoa conforme as invenções e técnicas.
Teorias do conhecimento da filosofia grega
A Filosofia surge por causa do questionamento, da busca pela forma lógica de explicar a origem do mundo.
Sócrates ganhou o título de “pai da filosofia”, mesmo não sendo o primeiro filósofo. Ficou famoso porque sistematizou a atitude filosófica, criou conceitos que têm a ver com os processos para obter conhecimento, como a maiêutica e a dialética.
Platão foi seu principal discípulo e aperfeiçoou as ideias além de desenvolver outras. Ele definiu dois tipos de saberes: a doxa (“opinião”) e a episteme (“conhecimento verdadeiro”). Outra contribuição sobre as consequências do conhecimento é o seu Mito da Caverna.
Por fim, temos Aristóteles, que foi retomado com São Tomás de Aquino. Em meio as suas observações e tentativa de chegar ao sentido e organização da vida, conceberam que o conhecimento se organiza dentro de uma verdade única. Isso só poderia ser alcançado se adequamos a nossa mente à realidade.
Epistemologia e Gnosiologia – Dos gregos à modernidade
A gnosiologia foi usada como sinônimo de Epistemologia nas décadas em que a União Soviética existia e influenciava diretamente o mundo. Porém, esses são diferentes.
A epistemologia e a gnosiologia são partes da Teoria do Conhecimento, cada uma com seu foco. A epistemologia foi o modelo de teoria do conhecimento usada na antiguidade. A gnosiologia é a Teoria do Conhecimento esquematizada como conhecemos hoje, a partir de Locke. Ela investiga todas as antigas teorias de conhecimento!
Epistemologia
A epistemologia nasceu com Platão, como vimos no tópico acima. Ele identificou que existe a doxa (opinião) e o conhecimento verdadeiro (episteme). Para ele, essas coisas eram opostas porque aquilo que é subjetivo não pode ser aplicado a todos.
Já o Conhecimento é definido por Platão como o conjunto das informações que descrevem e explicam todas as esferas do mundo, sempre comprometido com a realidade e a verdade.
Portanto, a epistemologia propõe o estudo da origem, da estrutura, dos métodos de conhecimento.
Por ela, é possível estabelecer uma relação verdadeira entre todas as esferas do ser humano, unindo a metafísica (o que está além do mundo físico) e a física.
Essa área também tenta identificar se o ser humano é capaz de compreender todo esse conhecimento de forma pura, estando neste mundo físico.
Gnosiologia e metodologia científica
A epistemologia foi usada e aperfeiçoada por toda antiguidade clássica (gregos e romanos) e medieval. Só no século XVII, com o iluminismo, é que as ideias da sociedade foram modificadas.
Nessa época, as pessoas começaram a contestar o conhecimento verdadeiro e universal, a metafísica não deveria mais ser usada como ferramenta para obter conhecimento, mas ser um objeto investigado.
Eles consideravam que o conhecimento só viria da fonte da ciência e a razão é que deveria reger a busca. Assim, os modelos matemáticos e o empirismo (experimentos) é que são a base do conhecimento.
Como essa era a inspiração, a ferramenta que os filósofos modernos utilizariam para chegar a esse conhecimento é o método científico. Ele é um conjunto de sistemas, regras e etapas que os cientistas usam para realizar um experimento e tentar alcançar a exatidão.
Essa área não desconsidera toda a metafísica, mas utiliza de ferramentas físicas para explicá-la e descobrir qual a sua validade.
Correntes filosóficas das Teorias do Conhecimento
A filosofia é marcada por vários raciocínios: verdade única ou múltipla, mente se adequa a realidade ou realidade moldada pela mente, etc.
A teoria do conhecimento é quem vai estudar essas formas de entender o conhecimento e ver como isso será elaborado, além de suas consequências. Por meio dela, conseguimos esquematizar as correntes filosóficas.
Cada corrente filosófica entende que o conhecimento para responder essas coisas está dentro de um fator:
- Idealismo: para Platão e Hegel está apenas na inteligência
- Materialismo: para Marx está apenas na matéria
- Empirismo: para Locke está se inicia com a experiência dos sentidos
- Realismo: para Aristóteles e Tomás de Aquino está no intelecto e na matéria
- Racionalismo: para Descartes e Kant está na razão pura
Também podemos agrupá-las em conceitos maiores quanto à possibilidade do conhecimento:
- Dogmatismo: tudo pode ser conhecido pela verdade única, seja orientado pela razão ou revelação.
- Ceticismo: nada pode ser conhecido completamente, nem pela razão nem por outra forma. Sempre haverá mais do que podemos entender em qualquer momento da existência.
- Criticismo: admite que podemos alcançar algumas verdades e outras nunca. É uma conciliação entre dogmatismo e ceticismo.
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17 Comentários
Artigo sobre Correntes Filosóficas, trata de manrira clara o assunto
Que bom que gostou, Jorge. Obrigado pelo comentário.
Bom dia, gostei muito da explanação do texto sobre esse aula, pena que não tem as referencias bibliográficas dos assuntos.
Ficamos felizes que tenha gostado, Caco! Nossos textos são escritos por especialistas em cada área do conhecimento e eles utilizam seus anos de estudo para produzi-los.
Obrigado, Jorge. Seu comentário nos motiva demais.
Artigo sobre Correntes Filosóficas, trata de manrira clara o assunto
Obrigado pelo Comentário, Jorge. Sempre tentamos fazer o melhor trabalho.
Artigo muito bom
Que bom que te ajudou, Jorge. Ficamos felizes.
BOA TARDE. ADOREI 0 TEXTO.GOSTARIA DE SABER AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA.
Que bom que gostou, Eliana. Contratamos profissionais especializados. Cada um tem as próprias fontes de consulta.
artigo muito bom
Obrigado, Julia!
Coordeais saudações
Voltamdo à rectaguarda, no que diz respeito à explanação com vista correntes filosóficas face ao seu conhecimento, que a convicção pessoal para com a vossa equipe, é sim, a chave da vida. O vosso site é um poço da vida.
De salutar, para mim mesmo, auxilia-me de certa forma na busca do saber da filosofia nos meus estudos e adjacentes. Eu sou poeta, excasseando- me recursos para editar e publicar os meus dois livros de poesia sendo o terceiro em apuro.
Eu, em meu nome pessoal, vejo a filosofia que nem uma lanterna de projecção a distância.
Ficamos maravilhados com as suas belas palavras. Grandiosa gratidão pelo seu comentário e sorte em sua busca por conhecimento.
Das explicações que eu vinha tendo parecia muito complicado, mais este artigo foi claro e objetivo. gostei muito
Que bom que gostou, Salvador! Ficamos muito felizes em ajudar você.