O primeiro Sistema de Classificação dos seres vivos foi proposto por Aristóteles e dividia os seres quanto às suas formas e habitats, relativamente simples. Com o passar dos anos e descoberta da genética, do microscópio e a teoria da evolução, novas propostas de agrupamento foram feitas, chegando ao que hoje se chama de Taxonomia.
Neste artigo sobre Classificação dos seres vivos, você encontrará:
- O que é Classificação dos seres vivos?
- Classificações Básicas quanto à alimentação, reprodução, nicho, habitat e nível trófico
- Histórico – primeiras teorias de classificação
- Taxonomia – Reinos e Tabelas
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O que é Classificação dos seres vivos? Para quê serve?
Desde a antiguidade, os seres humanos sentiam a necessidade de agrupar e identificar as coisas, para ter um melhor entendimento e organização. Com os seres vivos não foi diferente, e desde então têm-se agrupado seres vivos, classificando-os de acordo com suas características comuns.
Essas primeiras classificações eram básicas, tendo como referências formas, tamanhos, habitat, alimentação. Com o avanço das ciências, teorias como o evolucionismo foram incorporadas, além das contribuições da genética.
Assim, hoje existe uma área de estudo chamada Sistemática, responsável por oficializar medidas de agrupamento dos seres vivos, ou seja, as classificações.
A construção desse sistema permitiu conhecer e analisar a biodiversidade do planeta, esquematizar graus de parentesco e até estabelecer modelos com os processos adaptativos.
Esse sistema não obedece critérios rígidos e únicos, na realidade há teorias diferentes de organização e cada uma possui suas próprias regras. Todas trouxeram algum ponto útil e cada cientista é livre para escolher em qual delas se basear.
- Vamos conhecer as principais formas de classificação dos seres vivos!
Classificações Básicas: alimentação, reprodução, habitat, nicho e nível trófico
As classificações mais simples dos seres vivos são aprendidas desde pequenos, nas escolas e na própria família. Elas dizem respeito às características externas e observáveis, agrupando semelhantes.
Elas não obedecem necessariamente os padrões evolutivos, são empregadas principalmente para fins didáticos.
Classificação quanto ao habitat
Habitat é definido pela Ecologia como o local de vivência de uma espécie. Sabemos que o planeta Terra abriga diferentes esferas com seres que habitam cada uma delas. Assim, temos as seguintes possibilidades:
- Terrestres: nome genérico para se referir a qualquer ser que vive em solo firme.
- Aquáticos: refere-se a qualquer ser que viva em meio a água, seja doce ou salgada.
- Marinhos: nome que designa os seres aquáticos típicos de água salgada.
- Subterrâneos: seres que vivem embaixo do solo
- Aéreos: seres que possuem a capacidade de voar e passam boa parte da vida assim
- Cavernícolas: seres que vivem especificamente dentro de cavernas e tocas
- Lacustres: vivem no habitat específicos dos lagos e lagoas
Existem vários outros nomes para ambientes cada vez mais específicos, esses são apenas alguns exemplos!
Classificação quanto ao nicho
O Nicho é o conceito que abrange modos e comportamentos dos seres, portanto é muito amplo. Sobre os modos alimentares falaremos nos próximos tópicos, mas aqui deixamos uma classificação quanto ao relógio biológico:
- Noturno: seres que estão ativos à noite, são adaptados a esse cenário e descansam de dia
- Diurno: seres que são ativos de dia e descansam à noite
Classificação quanto à alimentação
Existem três formas principais de agrupar os seres quando falamos em alimentação: podem ser de acordo com o tipo de comida ingerida, com o processo ou com as relações ecológicas.
De acordo com o processo de obtenção temos as categorias:
- Seres Autótrofos: são capazes de sintetizar o próprio alimento, podendo ser dos tipos: fotossíntese (alimento obtido por utilização da luz e clorofila) e quimiossíntese (utilizam compostos químicos inorgânicos para produzir matéria orgânica). Ex: Reino Plantae e alguns seres do Reino Monera e Protista.
- Seres Heterótrofos: não são capazes de sintetizar o alimento, portanto, precisam consumir outros seres vivos ou a matéria orgânica produzida por um autótrofo. Ex: todos os seres do Reino Animal e Fungi.
De acordo com o tipo de comida temos as categorias:
- Herbívoros: alimentam-se apenas de plantas, grama, folhas e vegetais. Ex: Zebras, Girafas, Elefantes, Gnu, Ovelha, Vaca, etc.
- Carnívoros: alimentam-se pautados no consumo de carne. Ex: Leão, Tigre, Urso, Leopardo, Lobo, etc.
- Frugívoros: sua alimentação é à base de frutas. Ex: alguns Morcegos e Aves.
- Onívoros: animais que têm uma dieta diversificada, podendo comer de todas as outras. Ex: Humano, Porco, Chimpanzé, etc.
- Cropófago: é o animal que pode se alimentar dos excrementos de outros. Exemplo disso é a Hiena, que come fezes de outros animais na ausência de caça ou carcaças.
- Hematófago: é o ser que se alimenta diretamente de sangue. Ex: Insetos, Sanguessugas e Morcegos.
- Detritívoro, Saprófago ou Necrófago: o ser que se alimenta de matérias já em processo de decomposição. Ex: Hienas e Urubus.
De acordo com as relações ecológicas temos as categorias:
- Predação: um ser caça o outro, travando lutas e prejuízos a um dos lados, ou a ambos.
- Herbivoria: é o ato de comer plantas, não constitui predação porque as plantas são imóveis.
- Parasitismo: são seres que se hospedam em outros seres vivos, alimentando-se da energia deles e trazendo prejuízos para a vítima. Ex: vermes no Humano.
- Mutualismo: relações que ambos os seres vivos se beneficiam um ao outro, podendo envolver questões de nutrição, como a formação de líquens (algas + fungos).
- Comensalismo: uma espécie se beneficia de outra, e esta outra não sofre efeitos nem positivos nem negativos. Ex: peixes que andam próximos ao tubarão para comer os restos da caça que sobrarem na água.
Classificação quanto à reprodução
A reprodução pode ser de dois grandes tipos com subdivisões dentro deles:
Dentro da Assexuada existem:
- Brotamento
- Fragmentação
- Estrobilização
- Esporulação
- Divisão binária
- Partenogênese
- Fissão
Dentro da Sexuada existem:
- Fecundação interna ou externa
- Ser dióico ou monóico
- Desenvolvimento direto ou indireto
- Cuidado parental ou ausência dele
- Fecundação cruzada ou autofecundação
- Ciclos haplontes ou diplontes
A explicação desses termos você encontra nos artigos do Beduka sobre Reprodução Sexuada e Assexuada!
Classificação quanto ao nível trófico
Dentro de um ecossistema, os seres vivos estabelecem relações ecológicas que compõe um macroprocesso chamado de Teia e Cadeia alimentar. A Cadeia possui níveis de acordo com o papel que o ser desempenha, ou seja, o nível trófico que ocupa:
- Produtores: estão na base da cadeia ocupando o primeiro nível, representados pelas plantas, que são autotróficas.
- Consumidores primários: ocupam o segundo nível trófico e são os que se alimentam dos produtores, os heterótrofos herbívoros.
- Consumidores secundários: ocupam o terceiro nível trófico e são seres heterótrofos carnívoros ou onívoros, que se alimentam dos produtores primários.
- Consumidores terciários: a lógica permanece a mesma, portanto ocupam o quarto nível tróficos e alimentam-se dos consumidores terciários.
- Decompositores: são seres que reciclam a matéria orgânica e permitem a dispersão de nutrientes, alimentam-se dos restos de qualquer ser vivo que morrer , transformando seus compostos em matérias disponíveis no ambiente. Ex: fungos e bactérias.
Histórico – das primeiras às recentes teorias de classificação dos seres vivos
Muito antes do modelo atual se consolidar, Aristóteles, na Grécia antiga, já notado algumas diferentes entre os seres e resolveu fazer uma primitiva classificação:
- Seres com sangue vermelho
- Seres com sangue de qualquer outra cor
Curioso não é? Ele deixou as plantas de fora e nem fazia ideia de que existiam seres microscópicos. Mas, dentro de sua realidade, observou a diferença de complexidade dos seres com sangue vermelho ou não e, posteriormente, dividiu:
- Seres da terra
- Seres da água
- Seres do mar
Com a descoberta de novas terras, novas espécies de seres vivos foram encontradas e o sistema aristotélico foi sendo incrementado. Reconheceram as plantas e agruparam-nas todas em um único espaço, sem considerar formação de flores, frutos e sementes.
Já no século XVIII, Carlos Von Linné, mais conhecido como Lineu; aprimorou o sistema de forma marcante! Em 1735, elaborou o Systema Naturae, composto por 7 categorias também chamadas de Táxons.
Isso só foi possível pela invenção do microscópio e a partir desse sistema elaborou o modelo atualmente mais usado de classificação: a Taxonomia.
Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos.
Vamos entender essa teoria!
Classificação dos seres vivos pela Taxonomia – Reinos e Tabelas
Com a descoberta de Lineu e sua obra “Systema Naturae”, uma hierarquia de 7 táxons foi proposta. Com o passar dos anos ela foi sendo aperfeiçoada e hoje é conhecida como Taxonomia.
Confira o artigo específico sobre Taxonomia com sua história, como funciona, importância e exemplos.
Vamos ficar aqui apenas com um resumo. Os 7 táxon são:
- Reino
- Filo
- Classe
- Ordem
- Família
- Gênero
- Espécie
5 são os Reinos:
- Monera
- Fungi
- Protista
- Plantae
- Animália
Cada um deles é subdivido em Filos, que são subdivididos em Classes e por aí vai. Toda essa estrutura foi incrementada pela teoria da evolução e a descoberta da genética, criando um verdadeiro sistema de comparação!
Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! A tabela colocada acima ilustra um pouco disso!
Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos. Essas alterações incluíam os Reinos em uma nova categoria maior, os Domínios.
Hoje, consideramos que há 3 Domínios:
- Archea
- Bacteria
- Eukarya
Pra ficar mais claro, acompanhe o exemplo:
- Nome científico do ser humano: Homo sapiens
O nome da espécie possui todas as regras do Sistema Binomial da Taxonomia. Então o esquema ficaria assim:
- Domínio: Eucarya
- Reino: Animalia
- Filo: Cordados
- Classe: Mamíferos
- Ordem: Primates
- Família: Homini
- Gênero: Homo
- Espécie: Homo Sapiens
Por meio desse esquema, podemos ver que o Ser Humano é muito mais próximo do macaco que do Elefante. Todos os três pertencem à Classe dos mamíferos, mas os primatas têm um grau de parentesco maior, compartilham a mesma Ordem com os humanos.
A partir de 1960, o sistema taxonômico ganhou outro possível formato, o esquema chamado de árvore filogenética. Ele estabelece visivelmente as relações de parentesco de ancestralidade entre as espécies analisadas.
Veja o exemplo deste tipo de classificação dos seres vivos:
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